Ferrari 512 BB LM pronto para o Grupo 5

Numa organização conjunta entre o GTTeam e o CSBraga, está prestes a começar o campeonato de Grupo 5, o último do calendário de 2012 e, muito provavelmente, um dos mais esperados campeonatos de slot das últimas épocas.

É muito possível que a maioria dos pilotos venha a optar pelos novos Ford Capri e Lancia Beta Montecarlo, recentemente disponibilizados no mercado pela marca Sideways. No entanto, como eu não sou um fã rendido às linhas muito quadradas de ambos os modelos e gosto sempre de trazer novidades para o grid, apostei num modelo que, apesar de já fazer parte dos planos da Sideways, tão cedo não estará disponível para os fãs do slot.

O modelo que eu resolvi escolher é o muito especial Ferrari 512 BB LM, que apesar de nunca ter alcançado resultados expressivos nas pistas reais, é um dos projetos de engenharia mais impressionantes do extinto grupo 5 da década de 80. Atualmente é possível encontrá-lo em vários encontros de clássicos em todo o mundo, como o evento realizado no autódromo do Estoril em Outubro de 2005, onde eu tive o prazer de ver na pista e de estar do lado de 4 BB de uma vez só.

Foram construídos apenas 25 Ferraris "Silhouette" BB LM, desenvolvidos por Pininfarina durante centenas de horas de testes em túnel de vento, a fim de realizar as melhorias aerodinâmicas necessárias e que levaram à forma final do corpo muito largo na traseira e muito mais longo em comparação com o modelo de produção. Na sua última versão o motor de 12 cilindros horizontais e 5,0 litros de capacidade, debitava uns corajosos 480 cavalos de potência.

Para o modelo de slot utilizei a carroçaria do 512 BB LM, editado há vários anos pela Carrera e que representa o carro com o chassi s/n. 26685 que participou nas 24 horas de Le Mans em 1979, mas que estava em total hibernação dentro da caixa original, desde que o comprei. Como não gosto de ver nenhum Ferrari assim tão mal tratado, resolvi meter mãos à obra e dar-lhe alma e vida nova.

Após algumas alterações ao regulamento inicial, que permitiram a utilização de chassis mais performantes para modelos como os da Carrera, resolvi apostar num chassi extra que tinha em casa do Sauber Mercedes da Classe C da Slotit. A adaptação não foi fácil, devido ao entre eixo bem mais curto, o que obrigou a encurtá-lo em quase 1 centímetro. As colunas originais de fixação da carroçaria foram mantidas, tendo sido necessário fazer adaptações no chassi do Sauber para receber os parafusos métricos para apertarem a carroçaria. Apesar da Carrera estar acostumada a fazer umas carroçarias pesadonas, o conjunto total com chassi, suporte do motor in line, motor SXX e rodas ficou com apenas 80 gramas de peso.

O habitáculo em lexan foi retirado de um Ferrari F40 também da Slotit, e que depois de meticulosamente pintado ficou muito bonito. É claro que o motor e os sistemas mecânicos adotados em ambos os Ferraris não são nada parecidos, mas aqui um pouco de imaginação também não faz mal nenhum.

As rodas adotadas são as originais de plástico do modelo à frente, que foram engordadas com uma fina capa de acetato para cumprirem com os 14,8 mm mínimos obrigatórios, e na traseira as jantes de alumínio Prorace de 15,8 mm da Ninco que normalmente equipam os modelos Lightning.

Nos testes realizados na pista do Viana Motor Clube e numa versão do carro ainda muito inicial, sem interior nem vidros, o comportamento foi muito prometedor, com uma grande velocidade na reta e ótima segurança nas curvas, tendo marcado como melhor tempo 10,72 segundos. Na minha pista caseira e já numa versão completa, o carro chegou aos 3,73 segundos por volta, apenas dois décimos de segundo mais lento que o Toyota GT1 da Scaleauto preparado para o campeonato de LMP e com pneus de espuma. Falta ainda fazer alguns testes finais com o berço anglewinder e com outras motorizações possíveis, e com os pneus 5207 da NSR que serão padrão neste campeonato.

Só espero que o tempo das próximas sextas feiras à noite esteja convidativo para sair de casa e que não chova, para poder confrontar o meu 512 BB com as máquinas que o pessoal de Braga deve andar aí a preparar. Espero também que a única visão que essas máquinas tenham, seja daquela traseira redondinha a disparar na frente. Um abraço e até lá.